Osteopenia e osteoporose: silenciosamente terrível para você 50+

Conheça os fatores que aumentam ou diminuem os riscos e o que você pode fazer para ganhar este jogo.

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as quedas são a segunda principal causa de mortes por lesões acidentais ou não intencionais em todo o mundo (aproximadamente 684 mil mortes), para as quais os(as) idosos(as) são mais propensos(as). Sendo um dos fatores que colaboram para esse elevado número é o enfraquecimento dos ossos que ocorre mais fortemente após os 50 anos de idade, como vimos no post anterior deste blog (mas caso ainda não tenha lido, vale a pena o investimento do seu tempo e acreditamos que você irá gostar). Sendo os principais responsáveis a osteopenia, que é determinada como um baixa massa óssea com valores de escore T entre -1,0 e -2,5 e a osteoporose, reconhecida como uma redução na densidade e qualidade óssea com valores de escore T igual ou maior do que -2,5. A osteoporose, a mais perigosa, é uma doença esquelética sistêmica que consiste de baixa massa óssea e deterioração microarquitetônica de tecido ósseo, o que aumenta a fragilidade óssea e o risco de fratura.

O diagnóstico precoce e a quantificação da perda óssea e do risco de fratura são importantes devido à disponibilidade de intervenções, medicamentosas e não-medicamentosas (sendo o método mais efetivo; a prática regular de exercícios físicos com as entregas necessárias), que podem retardar ou mesmo reverter a progressão da osteopenia/osteoporose e principalmente para evitar a fratura. A osteoporose é considerada um problema importante de saúde pública e é reconhecida como um grande problema de saúde mundial. Segundo estimativas da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), aproximadamente 200 milhões de pessoas no mundo estejam afetadas. Desse total, 38% encontram-se na Europa, nos Estados Unidos e no Japão e cerca de 5% no Brasil. O maior perigo da osteoporose é que ela não tem manifestações clínicas evidentes, até que haja uma fratura. Cada fratura por fragilidade aumenta o risco de novas fraturas, a não ser que seja identificada previamente por exame da densidade mineral óssea.

 

Importância de aumentar a conscientização sobre a osteopenia

Segundo o Manual Brasileiro de Osteoporose a falha em detectar a osteopenia/osteoporose clínica provavelmente contribui para:

  • Falta de consciência sobre as consequências dessa doença por médicos e pacientes
  • Impacto nas estratégias de reembolso dos tratamentos
  • Influência nas políticas no setor de saúde pública
  • Número subestimado de pessoas com risco elevado de fratura
  • Afeta o desenho de ensaios clínicos de novos agentes para reduzir o risco de fraturas osteoporóticas.

Além disso, o mesmo manual reporta que “a osteoporose induzida por medicamentos é um problema de saúde. Muitos médicos desconhecem que vários medicamentos comumente prescritos contribuem para perda óssea significativa e fraturas. O aumento da conscientização sobre esses efeitos adversos permitirá o monitoramento da saúde óssea e intervenções terapêuticas para prevenir ou tratar a osteoporose induzida por medicamentos”.

 

Fatores de Riscos

Você sabia que a aquisição de massa óssea durante infância diminui o risco de osteoporose após os 50 anos de vida? Além disso, um estudo científico recente reforçou a importância do desenvolvimento da força muscular para a saúde óssea de crianças e jovens adultos, indicando assim a necessidade de níveis adequados para as décadas de vida seguintes. Com o avançar da idade, fatores como a desnutrição que é altamente prevalente na população idosa tornam-se mais preocupantes ainda. Pois este é um grupo etário onde é fundamental garantir ingestão adequada de cálcio, vitamina D e proteínas. Na idade adulta, a combinação de uma dieta equilibrada e atividade física regular desempenha papel importante para assegurar a saúde óssea. Os principais fatores de risco estão ilustrados na Figura 1 abaixo.

Figura 1. Questionário de verificação de risco de osteoporose. Fonte: IOF e disponível em Pedro et al., (2021).

Os fatores são diversos e ao mesmo tempo podem estar mais próximos do que imaginamos, por exemplo, fumantes e pessoas que consomem mais de dois drinques de bebida alcoólica por dia na maioria dos dias são mais propensas a desenvolverem osteoporose. Os fatores de risco também podem ser didaticamente divididos em modificáveis ou não modificáveis. Sendo assim, o mais importante é você saber que alguns deles são modificáveis, ou seja, estes riscos podem ser combatidos.  

 

 

Modificáveis

  • Má nutrição
  • Desordens alimentares
  • Baixa ingestão de cálcio
  • Baixo índice de massa corporal
  • Álcool
  • Deficiência de vitamina D
  • Sedentarismo
  • Quedas frequentes

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Não modificáveis

  • Sexo feminino
  • História familiar de osteoporose
  • História de quedas
  • Raça
  • Idade
  • Menopausa precoce não tratada ou hipogonadismo masculino
  • História familiar de fratura de quadril

Muitos fatores de risco, incluindo idade avançada, estão relacionados a quedas e a redução da resistência óssea – portanto, são especialmente relevantes para o risco de fratura por fraqueza óssea. Cerca de 50% a 80% dos pacientes recebidos em serviços de emergência consequente a quedas relatam perigos ambientais domésticos como uma das causas para fraturas. Especificamente, sobre a osteoporose, a IOF criou um questionário em português (BR) para alertar as pessoas sobre os riscos para osteoporose e você pode acessar pelo link a seguir: https://riskcheck.osteoporosis.foundation/pt_br. Sabendo que a prática regular de exercício físico orientado e supervisionado por Profissionais de Educação Física e Esporte capacitados(as) é altamente recomendada.

Se você é uma pessoa 50+ ou ama uma pessoa 50+ e ficou curioso(a) para saber um pouco mais sobre uma condição que liga ossos fracos, perda muscular e obesidade, siga as nossas redes sociais para não perder o próximo post aqui no Blog do Núcleo 50 Mais Saúde.

REFERÊNCIAS

  1. Organização Mundial da Saúde (OMS). Falls. Disponível online: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/falls#:~:text=Key%20facts,greatest%20number%20of%20fatal%20falls. Acesso em: 19 de maio de 2024.
  2. Claudino JG, et al. Strength training to prevent falls in older adults: a systematic review with meta-analysis of randomized controlled trials. J Clin Med, 2021;10(14):3184.
  3. Pedro AO, et al. Manual brasileiro de osteoporose: orientações práticas para os profissionais de saúde. 1ª São Paulo: Editora Clannad, 2021.
  4. Torres-Costoso A, et al. Association between muscular strength and bone health from children to young adults: a systematic review and meta-analysis. Sports Med, 2020;50(6):1163-1190.
  5. Liu Y, et al. A comprehensive meta-analysis of risk factors associated with osteosarcopenic obesity: a closer look at gender, lifestyle and comorbidities. Osteoporos Int, 2024;35(5):759-773.

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